O que é crise de identidade?

Hoje venho deixar-te aqui uma pequena reflexão sobre um tema que pode ser enorme e muito constrangedor na vida das pessoas: As crises de identidade.

Tenho pensado nos últimos dias sobre este tema, dado alguns processos recentes de coaching individual que tenho acompanhado e, também, alguns que estou prestes a iniciar que têm como base partilhada "a crise de identidade".


Na viagem para dentro que tenho feito nos últimos anos, descobri que a primeira crise de identidade que experienciei (que eu me lembre) foi aos 7 anos de idade, quando a minha família mudou de cidade e fomos os 6 viver para Medellín. Comecei do zero numa escola nova, numa cidade nova, com amigos novos. E testemunhei essa "crise" a acontecer nos meus pais, na minha irmã e nos meus 2 irmãos.

Ana, e quando é que acontece uma crise de identidade?

Entre as múltiplas respostas que possam existir, quero hoje deixar-te a seguinte: Uma crise de identidade surge nomeadamente quando duvidamos do nosso valor próprio ou questionamos a nossa existência, em resposta a alterações na nossa vida (que acabam por incentivar ou exigir alterações no nosso interior). Isto é, por norma, existe um "estímulo" que desperta em nós essa sensação de "crise de identidade" em que surgem muitas questões sobre a nossa própria existência.

A crise, à partida para ser crise, é intensa e algo prolongada. No entanto, podemos experienciar a sensação de "crise de identidade" no dia-a-dia, em resposta a certos estímulos como interações com outras pessoas, frases que lemos, coisas que vemos ou ouvimos nas redes sociais e nos livros.

Os exemplos que partilho mais à frente fazem referência ao tipo de crise mais intensa e prolongada. Como podes ver, nesta resposta fala-se de valor próprio, afinal, fala-se da nossa dimensão intocável e inestimável que é a dimensão do SER. E tu e eu sabemos que temos valor só pelo facto de existir, assim, sem nada mais. Independentemente de tudo, o nosso valor é inalterável.

Então, se é inalterável e inestimável, como é que duvidamos do nosso valor?

Crescemos muito formatados para apreciar o nosso valor através do que fazemos e do que temos. Através da forma como nos comportamos, dos resultados que obtemos, das coisas/títulos que temos e que conseguimos ao longo da nossa vida. E, facilmente, aprendemos que o nosso valor pode ser avaliado através de outras dimensões como a dimensão do FAZER e do TER, o que nos impede de reconhecer realmente a nossa identidade.

Quais as possíveis alterações "no contexto" que podem despertar em nós uma "crise de identidade"? Deixo aqui alguns exemplos:

  • Uma mudança de cidade/trabalho;

  • Uma nova etapa no nosso desenvolvimento (puberdade, adolescência, menopausa);

  • Uma alteração na nossa condição física ou de saúde no geral;

  • Casamento, gravidez, divórcio;

  • Experienciar alguma perda (de um ente querido por morte, perda de saúde, de um projeto);

  • Eventos traumáticos na nossa vida;

  • Exposição continuada a estímulos externos que influenciem a nossa vida (novas amizades, novos conhecimentos);

O que fazer? Deixo-te aqui algumas ideias:

  1. (Em condições normais e sem tratar-se de um tema patológico) Relaxar & Regular. Isto é, acolher a ideia de que é expectável que coloquemos em causa quem somos quando sentimos que os nossos valores, necessidades, pensamentos, estão a ser postos à prova. Quando acontecem coisas lá fora que não controlamos e que exigem de nós flexibilidade, mudança, adaptação e recomeços. Lembra-te que é no estado de calma que melhor podemos aceder aos nossos melhores recursos internos e a parte mais inteligente do nosso cérebro (Córtex);

  2. Relembrar que é uma fase transitória: Vai passar. Pode ser uma fase para nos conhecermos melhor, para resgatar partes de nós que estão a pedir para serem vistas. Pode ser doloroso, frustrante, incómodo, exigente, cansativo, desconfortável e também pode trazer rejuvenescimento, esperança e liberdade;

  3. Rever onde estamos a colocar o foco: No exterior ou no interior? No que controlamos? No que não controlamos? Pode ser que venhamos a descobrir que a vergonha e o medo estão a tomar conta de nós. E possa ser que abramos então espaço para a vulnerabilidade, a aceitação e a coragem;

  4. Pedir ajuda: A ajuda pode ser recebida de muitas formas e pode vir a preencher necessidades de segurança, de conhecimento, de pertença e de empatia. A ajuda pode vir em forma de livro, de formação, de podcast, de uma conversa com um amigo, de uma consulta de psicoterapia, de uma sessão de coaching, de uma sessão de Empathy Buddy, de um retiro, etc. Colocarmo-nos em contacto com outras pessoas que nos possam nutrir para que possamos olhar para nós com compaixão e reconhecimento, é fundamental para lidar melhor com estas crises de identidade.

Se te identificas com estas necessidades, eu posso ajudar-te através do meu programa de Coaching Individual, onde embarcamos juntas numa jornada de autoconhecimento, de autoempatia e de mudança na tua vida. Encontra todas as informações em https://www.anahiguera.com/servicos-coaching


 
 
 

Abraço sereno,

Ana Higuera

 

Anterior
Anterior

Carta de uma mãe a um filho

Próximo
Próximo

Desistir é uma opção