O tempo não cura nada
E se simplesmente acreditássemos que somos nós que colocamos o tempo no seu lugar?
O tempo passado, o tempo presente, o tempo futuro. Isto levou a sentir-me responsável pelo meu processo de aceitação e de regresso. Afinal, sabia que só eu e mais ninguém podia ser protagonista desta transformação.
Que o tempo 𝗽𝗮𝘀𝘀𝗮𝗱𝗼 teria o seu lugar, o seu espaço, que merecia ser visto e reconhecido. Que me tinha sido dado um grande tesouro por ser descoberto. Com um desafio no meio, o tesouro foi-me entregue sem mapa e sem roteiro.
Que também o tempo 𝗽𝗿𝗲𝘀𝗲𝗻𝘁𝗲 tinha o seu lugar e o seu espaço, que merecia ser vivido plenamente, em conexão com as minhas emoções e com permissão para a autenticidade. Com um desafio no meio, merecia ser vivido com aceitação, com amor pela minha realidade atual. Com total entrega e abertura para o abraçar e apreciar.
Que, de igual modo, o tempo 𝗳𝘂𝘁𝘂𝗿𝗼 teria o seu lugar e o seu espaço. Que viria, sem que eu pudesse controlar nada. Com um desafio no meio, abandonar as expectativas e as probabilidades. Com total esperança numa vida em amor e comunhão com o meu filho, mesmo sabendo que ele não estava, fisicamente, comigo.
Regressar, então, começou a mudar de cor. A coincidir com a primavera, com o florescer. Com a vinda do sol, dos dias mais longos. Com a celebração do meu aniversário, da minha própria vida, da minha existência. Que belo saber, saber que eu merecia celebrar-me. Abraçar-me. Regressar a mim.
𝗘𝘅𝗰𝗲𝗿𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝗺𝗲𝘂 𝗹𝗶𝘃𝗿𝗼 "𝗔𝗰𝗼𝗿𝗱𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺 𝗮 𝗩𝗶𝗱𝗮", do capítulo "Regressar", por motivo da minha viagem à Colômbia em 2017 (1 ano após a vinda do meu filho Lourenço).
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Abraço com amor,
Ana Higuera