Versões rotas de nós
Aprender a amar os nossos lados mais escuros, as feridas que ainda não cicatrizaram, as dores não sentidas, os sonhos reprimidos e as vozes caladas, pode ser assustador, esmagador.
A vida continua e somos empurrados a acompanhar, sem espaço para silenciar as vozes que nos afastam de voltar a nós.
Nem todos lá fora estão abertos a acolher as versões rotas de nós.
Os bocados que ficam perdidos e espalhados no meio das sombras e das experiências que dividem a nossa vida num antes e num depois.
O silêncio é, também, uma forma de amar.
De voltar a nós.
De tornar a nossa presença num espaço seguro e amigo.
Por isso, quando escolher ficar no silêncio em vez de sorrir fingindo que está tudo bem, quando escolher ficar comigo em vez de sair e distrair, quando escolher a minha companhia à tua, compreende que estou só a querer voltar a mim.
A amar no silêncio as partes rotas de mim.
Que este breve texto possa ser conforto se sentires que há versões rotas de ti.
Abraço sereno,
Ana Higuera