Não me julgues

Rótulos, rótulos e mais rótulos. Vemos as caras, mas não vemos o coração nem a alma. E se pudéssemos ser generosos em relação ao comportamento dos outros? Talvez ficássemos a conhecer mais sobre o mundo deles e sobre o nosso também.


Não me julgues de:

  • Mal educada, quando me cruzo contigo e não te cumprimento. Só vou distraída a organizar o dia na minha cabeça;

  • Ingrata, quando não retribuo a chamada que fizeste. Só estive focada noutras coisas e tu és importante para mim;

  • Antipática, quando estou mais calada. Só estou num mau dia e não me apetece falar;

  • Egocêntrica, quando falo demais sobre os meus filhos. Sou só uma mãe apaixonada que, por vezes, se esquece do mundo;

  • Fraca, quando choro com frequência. Só estou a atravessar um momento desafiante na minha relação com o meu companheiro;

  • Irresponsável, quando me esqueço dos nossos encontros. Só tive uma noite má com a minha filha doente e adormeci;

  • Indelicada, quando respondo com monossílabos no whatsapp. Só estou em modo multitasking e mal chego a escrever como gostaria;

  • Teimosa, quando insisto naquilo que sinto ser o melhor para mim. Só estou comprometida com as minhas intenções e a minha coragem;

  • Antissocial, quando digo que não vou jantar. Só estou a precisar de espaço e tempo para mim;

  • Insensível, quando não te pergunto como estás. Só não sei o que dizer agora que estás a passar esta fase má na tua vida;

  • Permissiva, quando o meu filho fala alto comigo e não lhe ralho. Só estou a acolher as suas emoções e a oferecer um espaço seguro;

  • Incapaz, por não avançar com esse projeto. Só sinto medo de falhar e preciso de ajuda.


 
 
 

Com amor,

Ana Higuera

 

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