Estive em Madrid na formação de Experiência Somática, numa turma em que mais de 80% dos participantes eram psicólogos.

Há uns anos teria sido algo ativador para mim, sei que a insegurança e o senso de insuficiência teriam tomado protagonismo no palco das minhas emoções.

Alguma vez nestes 5 anos de projeto senti a voz interior que dizia: “tu não és psicóloga, devias estudar psicologia”.

Essa voz, por vezes, fazia muito sentido e, por vezes, incomodava.

Era como se algo em mim não confiasse na minha capacidade para exercer coaching e contribuir com a vida dos outros dentro das minhas competências.

Essa voz trazia necessidades bem importantes, entre elas a dignidade, a pertença, a honestidade, o reconhecimento, a aprendizagem e a segurança.

Se é o teu caso, se sentes que não é muito credível ou legítimo ser coach ou facilitadora de parentalidade sem seres psicólogo(a), faz uma pausa aqui na leitura e investiga:

» Quais as vozes presentes? Podem apresentar-se em forma de palavra, de frase, de autojulgamento, de crença ou de sensação.

» O que precisam essas vozes? O que procuram satisfazer?

Esse exercício foi-me ajudando a compreender que podia encontrar outras formas de satisfazer essas necessidades sem ser através de uma licenciatura em Psicologia.

E entendi que existiam outras alternativas para nutrir essas necessidades:

» Investir no meu próprio desenvolvimento pessoal: a terapia e o coaching ajudaram-me a dignificar as minhas experiências e a minha identidade.

» Investir em formação: entre todas as ofertas do mercado, com consciência e paciência, identifiquei que estudar trauma era o caminho para satisfazer várias necessidades, como por exemplo, a necessidade de segurança, de honestidade, de aprendizagem. E, claro, isso aumenta o senso de pertença, de legitimidade e de autocuidado também.

» Investir em supervisões potencia a humildade para pedir ajuda, para receber feedback e aprender com outros. Enriquece o meu saber e a minha prática.

» Ter um peer group e relações próximas com psicólogos e profissionais da saúde: traz-me clareza, companhia, suporte e ajuda-me, sem dúvida, a servir melhor.

Desejo que esta partilha te ajude a compreender melhor as tuas vozes internas, que te trazem insegurança e questionam a tua capacidade para servir como profissional do desenvolvimento humano.

Será importante que possas trazer compreensão e responsabilidade pessoal.

Contribuir através do coaching e aconselhamento parental, astrologia, numerologia e afins é uma enorme responsabilidade e compromisso.

Estarmos com as histórias do outro, mesmo que aparentemente “simples”, é estarmos a ocupar um espaço potencial de transformação (ou então de retraumatização).

Se ressoa contigo, quero contar-te que criei um programa que gostava de ter tido no meu início enquanto coach, quando todas estas dúvidas e inseguranças se faziam presentes.

O Programa Raiz é uma proposta presencial e de aprendizagem para coaches, educadores parentais e profissionais do desenvolvimento humano, que lhes permitirá conhecer os fundamentos da ciência da Psicologia e da Experiência Somática e do trauma de forma diferenciadora, segura, única!

Estão abertas as inscrições para o Programa RAIZ: Fundamentos de Psicologia e Trauma (Teoria e Prática).

Podes ver esta live onde trouxe ao mundo as informações sobre o Raiz, aqui

Podes encontrar todas as informações sobre o programa, aqui.