Para pessoas que procrastinam
Imagino o quão desgastante é ver o tempo a passar sem que possas concretizar aquilo que querias.
Desilusão, frustração, culpa e raiva podem ser emoções sentidas quando sabemos que há algo importante que não está a ser feito (um projeto, um telefonema, um pedido de ajuda, uma entrega de feedback, desporto, mudanças na alimentação e por aí fora…).
Talvez até fiques mais desconfortável quando vês outras pessoas ao teu redor que não procrastinam (existirão realmente?).
Ou quando lês mensagens nas redes sociais que prometem que deixar de procrastinar é simples e é para pessoas determinadas e fortes (o que te faz sentir fraco e pouco capaz).
Procrastinar é uma resposta de defesa ativa.
Quer dizer, uma estratégia de fuga para evitar o confronto com emoções intensas, desconforto fisiológico, memórias difíceis, estados de desregulação e insegurança.
Uma forma de evitar sentir.
Por pequena que seja, aparentemente, a tarefa que andas a procrastinar, imaginar-te a fazê-la pode despertar em ti estados emocionais pouco agradáveis como ansiedade, medo, angústia, vergonha, culpa.
Na realidade, não procrastinamos a tarefa, procrastinamos o que a tarefa nos fará sentir. E aí a fuga é uma resposta muito digna de sobrevivência.
Lembra-te: Procrastinar não faz de ti a pior pessoa do mundo.
Não te retira, em absoluto, a tua dignidade.
Procrastinar pode ser algo esporádico, fruto de um estado de cansaço físico ou mental, de fome, de poucas horas de sono. E pode ser algo crónico (repetido no tempo).
Muito provavelmente, procrastinar coloca em causa valores e princípios importantes para ti e pode não ser a melhor forma de satisfazer as tuas necessidades.
O que podes fazer?
CONHECER MAIS SOBRE TI: Trazer clareza sobre quem tu és, como funcionas, sobre o que valorizas e precisas, aumenta a tua capacidade de discernimento, de autoempatia e de procura de alternativas para procrastinar menos e agir mais.
CULTIVAR AUTOCOMPAIXÃO: Não és o único nesse lugar de procrastinação. É legítimo que continue a ser uma escolha para ti. Estás sempre a tempo de fazer diferente.
CRIAR CONDIÇÕES DIFERENTES: Procurar opções novas no teu ambiente, para que executar a tarefa seja mais seguro para ti, pode ser uma opção. Por exemplo, adias sempre o controlo financeiro da tua família, porque ficas ansioso e com medo de tomar contacto com as despesas e então deixas para o último dia do mês, numa sexta-feira de tarde quando estás exausto. Que tal fazê-lo noutro momento, noutro lugar, junto de outra pessoa, que possa aumentar a probabilidade da tarefa ser feita de forma mais regulada e segura?
PROCURAR AJUDA: Procura ajuda de um profissional de saúde ou desenvolvimento humano da tua confiança e competente para que possas aumentar a tua capacidade de estar “no desconforto da tarefa” sem perder o raciocínio, a calma e a segurança.
Eu posso ajudar-te!
» A conheceres-te melhor com o Mini Programa Intencionar, disponível aqui. Leve, profundo e muito prático.
» A trazer maior clareza através do acompanhamento individual de coaching e experiência somática. Se quiseres conversar comigo, manda-me mensagem. Terei todo gosto em explicar-te melhor como funciona.
Abraço sereno,
Ana Higuera