Um pouco sobre Corregulação
Há muitos textos e partilhas em que se convida as pessoas a trabalhar na sua Autorregulação e em que se convida as pessoas a trabalhá-la. Não só as pessoas, também as crianças.
Ao ponto de exigirmos a crianças muito pequenas que saibam regular sozinhas. Só que esquecemos algo muito importante:
Para nós aprendermos a autorregular-nos, precisamos de corregular-nos com outros.
Nomeadamente com um adulto próximo, com um adulto cuidador que nos traga um censo de segurança, de empatia, de proximidade.
Se a nossa biologia não deteta um espaço de segurança, não vamos conseguir regular as nossas emoções.
Então, é fundamental que nós enquanto pais e mães nos tornemos bons correguladores dos nossos filhos.
Segundo a Teoria Polivagal, o nosso sistema nervoso tem praticamente três respostas quando se apresenta algum evento stressor do nosso sistema que nos coloca em alerta:
Vínculo
Lutar ou Fugir
Congelar/Dissociar
- A primeira resposta natural é a de conectarmo-nos com outras pessoas.
De procurar a ligação. De procurar o vínculo.
É aí onde a nossa neurobiologia se sente segura e procuramos alguém com quem estar.
Quando essa opção não está disponível, porque não há um adulto responsivo, porque não há um adulto ou outra pessoa presente com quem nos possamos vincular, ativa-se a segunda resposta.
- Na ausência da capacidade de nos vincularmos com os outros, vamos então para a resposta de Luta ou Fuga.
Para defender os nossos territórios que estão a ser invadidos: é aí que damos um berro, que fechamos a porta, que corremos, esperneamos e gritamos, porque a primeira resposta que o nosso sistema procurou não está disponível.
Quando a luta e a fuga também não estão acessíveis, porque não nos é permitido, então ativa-se a última resposta do nosso sistema.
- O nosso sistema é tão sábio que decreta que o nosso sistema nervoso ative uma espécie de congelamento.
É uma espécie de inibir tudo o que esteja a acontecer, quase que desaparecer para o mundo e ficar nesse estado de imobilidade.
É por isso que é tão importante nós enquanto pais, adultos cuidadores de outras crianças, professores, educadores, médicos procuremos ser bons correguladores.
Que procuremos estar à altura dessa primeira resposta, dessa primeira necessidade básica que é conectarmo-nos com os outros.
O que sentiste relativamente a esta informação?
Deixa-me saber.
Abraço sereno,
Ana Higuera